Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho
Hoje faço com meu braço o meu viver..."
Milton Nascimento, "Travessia".
O Octênio da Repetição
Bruno Vilângelo
À vedada tez:
Por tanto tenho o rubro do olhar
Minha chapliniana máscara de pantomima cansada
Desatinada
De longínquia estar a ventura
Que os sentidos já há tanto anseiam
A ostentar na languidez dos passos
Desonra inconfessável
Que cesso em escutá-los e existí-los: não os quero mais
Destemidez sou agora
Em sinuosas lembranças de outrora
E quando nos passos mudos e prostrados
Confronto a crueza nua destes degraus
Não mais quero que vejam minha'lma
Em lancinante putrefação
A mim e à minha fortaleza perdida
Estou certo ao subir nestes passos prosaicos
Que, por tanto tempo
Crescer de nada adiantou
Meu imutável intrínseco de sofrer...
Nada mudou.
Um comentário:
não podia ser uma melhor volta a poesia! :)
abraço,
nathyka
http://www.colorizar.wordpress.com
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